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Casal acusa Hospital Guido Guida, em Poá, de negligência: ‘meu filho morreu dentro da ambulância’

Segundo o casal, o filho, de 2 anos e meio, foi para a unidade hospitalar com um quadro de bronquite e morreu. Em nota, a Prefeitura de Poá informa que a criança foi medicada e seguiu em tempo hábil para a sala de emergência pediátrica, onde foi intubada e recebeu acesso venoso para administração de medicamentos.

Em Poá, um casal acusa o Pronto Atendimento do Hospital Municipal Guido Guida de negligência. Segundo eles, o filho, de 2 anos e meio, foi para lá com um quadro de bronquite e morreu.

Os pais do menino contam que o filho passou mal na creche e foi levado para o hospital. “O médico nem medicou ele direito e receitou um remédio na veia. Passou a bombinha e eu falei pra ele, expliquei pra ele que a medicação na veia não conseguia pegar nele, tinha que ser injeção. Ele se recusou a passar, não quis. Aí eu saí na sala dele, no que eu já fui pra sala da medicação, a enfermeira já bateu o olho dele e já falou ‘mãe, esse médico só passou isso pra sua criança?’, eu falei que sim e ela respondeu ‘porque não é filho dele. Essa criança necessita de um oxigênio’”, conta a mãe de Gahel, Jéssica do Nascimento Gomes.

“Ela saiu correndo e já levou ele pra sala de emergência. Já chamou uma outra enfermeira e nisso ela já desceu e já começaram toda a correria, de gritar, de querer pôr ele no oxigênio. Ele começou a gritar muito porque não achava a veia dele e as enfermeiras começaram a querer procurar ele pra trocar a medicação e o médico tinha sumido da sala, ninguém achava mais o médico pra trocar a medicação dele”, relata.

Em nota, a Prefeitura de Poá informa que a criança foi medicada e seguiu em tempo hábil para a sala de emergência pediátrica, onde foi intubada e recebeu acesso venoso para administração de medicamentos.

Segundo o pai do menino, o atendente Leandro Cleyton Fernandes, não é a primeira vez que a criança passa por atendimento com esse médico. Em outras vezes, a crise de bronquite atacava, os médicos indicavam um medicamento, porém não encontravam a veia do menino para aplicação do soro.

“Dessa vez eu disse ‘não adianta ficar procurando a veia. Já passa a injeção, ele está cansado… Já dá uma inalação’. Foi quando ele se recusou. Foi querer dar a bombinha, foi passando o tempo, foi passando o tempo e o moleque foi piorando. Querendo ou não, quando anoitece, a respiração fica pior e foi aonde que acabou causando tudo isso”, conta.

“Ele falaram que lá não tinha o recurso pra ficar com ele. Aí me chamaram e falaram que parecia que ele estava respirando só por aparelhos, que ia transferir ele para o Hospital Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes. Na hora que foram transferir ele pra ambulância, era uma ambulância toda despreparada. Tiraram ele do aparelho. Tanto que na hora que colocaram ele dentro da ambulância, foi aí que deu a parada cardíaca. Aí fora que eles começaram a gritar pra trazer os aparelhos, os oxigênios, tudo tiraram ele do aparelho. Sendo que poucos minutos antes eles tinham falado que o menino estava respirando por aparelho. Aí foi quando levaram ele, colocaram ele na ambulância, fecharam a porta e logo já abriram gritando ‘traz o oxigênio, traz o oxigênio. Traz isso, traz aquilo…’. E já voltaram correndo com ele. Aí deu uma parada”.

A mãe afirma que recebeu a notícia da morte do filho uma hora mais ou menos depois. Os pais registraram um boletim de ocorrência. Segundo Leandro, o casal afirma que tentaram os convencer a assinar um documento, mas eles negaram.

“Eles queriam que eu assinasse. Tipo, como se fosse uma morte natural. Foi aonde que eu, na mesma hora, falei ‘não, não vou assinar não porque não está certo isso aí que vocês fizeram com o meu filho’. E não fui de acordo. Quando ele chegou, que não deram a medicação correta pro menino. Se tivesse dado, não tinha chego no extremo onde ele chegou, entendeu? Outra coisa também, na hora principal, que eu vi ali meu filho morrendo e não pude fazer nada, foi quando foi transferir, tirar ele do quarto pra levar ele pra ambulância, foi onde que eles estavam tudo despreparados. A própria enfermeira tinha falado, o médico também, que não podia desligar o aparelho. Tiraram ele do quarto pra transferir ele pra ambulância. Desligaram o aparelho dele. Fiquei no banco da frente da ambulância. Ficou mais ou menos ali uns 40 minutos pra mais e meu filho fora do aparelho. Resumindo, foi quando o batimento cardíaco dele foi diminuindo e ele teve uma parada cardíaca dentro da ambulância. Meu filho morreu dentro da ambulância”, conta Jéssica.

“Foi totalmente negligência médica que teve ali. Então, eu espero por justiça e vou lutar por justiça até o último dia da minha vida. Porque o que fizeram ali com ele foi desumano”.

A administração municipal afirmou ainda que solicitou e conseguiu, via Cross, liberação para o Hospital Luzia de Pinho Melo e que foi disponibilizado, para remoção, uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) móvel com médico, pediatra, enfermeira, técnico de enfermagem e fisioterapeuta. Mas, ainda assim, o paciente evoluiu com uma parada cardiorrespiratória, sendo dado todo o suporte respiratório, medicamentoso e técnico seguindo os protocolos de reanimação cardiopulmonar.

A Prefeitura de Poá não falou sobre o que disse os pais da criança, em relação à falta de oxigênio durante a tentativa de transferência

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Equipe de redação News Vale, o Portal de Noticias do Vale do Paraíba, Alto Tietê e Região Bragantina

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