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Vale mantém queda em mortes por Covid pelo 5° mês; festas de fim de ano são desafio para sustentar índices

Pesquisador analisa o cenário da pandemia na região e alerta quais são os fatores de risco que podem fazer os números voltarem a crescer.

Com o avanço da vacinação, o mês de outubro fechou com os menores índices da Covid-19 no Vale do Paraíba este ano. Em outubro, foram 72 óbitos e 4.472 casos de coronavírus contabilizados. Comparado a setembro, houve uma queda de 47,8% no número de mortes e de 44,1% no número de casos.

Apesar dessa melhora no cenário da pandemia na região, especialistas alertam que o momento não é para relaxamento. O g1 conversou com o pesquisador da Unesp Wallace Casaca, um dos responsáveis pela plataforma Info Tracker, que analisou a situação da pandemia no Vale e alertou para os comportamentos de risco que podem fazer a pandemia avançar novamente.

De acordo com o pesquisador, a situação no Vale está melhor do que no pior período da pandemia, que na nossa região foram os meses de abril e maio deste ano, e isso se deve ao avanço da vacinação.

“A situação se encontra muito melhor do que naquele cenário, mas temos que ponderar, porque na época não tinha população com esquema vacinal completo. Agora temos boa parcela da população vacinada. Isso demonstra que vacinar a população foi assertivo e reverbera nos números de queda”, afirmou Wallace.

O pesquisador destaca que agora não existe mais o questionamento se a vacina funciona ou não e que a vacinação vai passar a ser anual, porque o vírus vai continuar circulando por alguns anos.

“O debate não é se a vacina funciona, a gente já sabe que funciona. Vacinar a população é o que traz esses índices de redução drástica da Covid, principalmente nos casos mais severos, que são os que levam a internações e mortes. O que teremos agora é a revacinação anual, porque o vírus vai ser endêmico, ele não vai ser erradicado no Brasil e nem no mundo”, disse.

Máscaras até quando?

No Vale, a primeira cidade a falar sobre o fim do uso de máscaras é Ilhabela. Na última semana, o prefeito do arquipélago anunciou que deve publicar um decreto nos próximos dias para liberar o uso de máscaras em locais abertos. Para Wallace, ainda não é o momento de tomar esta medida.

“Esse não é o momento de flexibilizar máscaras. Os índices não estão tão altos, mas estão próximos do limite. Não é uma situação confortável para tirar a obrigatoriedade das máscaras. No Reino Unido, Holanda e Alemanha, que são países com a vacinação já avançada e que fizeram flexibilizações, houve crescimento no contágio e eles estão voltando com as medidas”, disse.

Impacto das aglomerações

O pesquisador ressaltou que as aglomerações continuam sendo um risco à saúde coletiva e já estão causando impacto no aumento do número de internações na região.

Wallace aponta que após aglomerações no feriado estendido de 12 de outubro, por exemplo, a disseminação da Covid-19 aumentou no Vale. Em cerca de 15 dias a taxa de ocupação de leitos da região subiu de 16% para 21%.

“No feriado de 12 de outubro houve aglomerações. Isso causou aumento de internações, não foi uma explosão, mas houve um aumento considerável. O Hospital Municipal de São José, por exemplo, saltou a taxa de internação da enfermaria para 89% e de UTI para 36%, segundo os dados do Estado”, contou.

Festas de fim de ano: o desafio

Por causa das aglomerações, para Wallace as festas de fim de ano são o principal desafio para evitar que os números da pandemia voltem a subir.

“A gente sabe que as festas vão acontecer, mas tudo que envolve aglomerações é ruim. Não acabou a pandemia, não dá para afrouxar muito. As pessoas estão cansadas, os governos querem flexibilizar, mas as medidas sanitárias devem continuar sendo seguidas”, afirmou.

Para Casaca, ainda não é possível afirmar quando a pandemia vai acabar, mas o segredo é continuar atento, ouvir a ciência e se proteger. Unindo ações por parte do governo e as pessoas colaborando, será possível enfrentar a pandemia.

“Se deixar descontrolado é muito perigoso, porque podemos ter o surgimento de uma nova variante em breve. Não basta só a vacinação, as pessoas precisam continuar buscando os postos de saúde quando tiverem os primeiros sintomas da doença e o poder público tem que continuar fazendo testagens em massa para monitorar o contágio. Não vamos afrouxar agora, temos que seguir os protocolos e manter as boas práticas”, orienta.

Fonte: G1

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Equipe de redação News Vale, o Portal de Noticias do Vale do Paraíba, Alto Tietê e Região Bragantina

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