Ford vai desativar fábrica em Taubaté até o fim de junho; 770 funcionários já foram demitidos
De acordo com o sindicato, cerca de 770 pessoas já foram desligadas da empresa até esta segunda-feira (11). Empresa mantém 60 funcionários para desmontagem de maquinário.
Com previsão de encerrar as atividades da fábrica de motores e transmissões em Taubaté até o fim de junho, a Ford já fez a demissão de 770 funcionários da unidade, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos.
As demissões acontecem conforme cronograma de desmobilização da fábrica após a montadora anunciar o fim da produção no Brasil. Em Taubaté, a unidade mantinha cerca de 830 trabalhadores. De acordo com o sindicato, as demissões começaram no dia 9 de abril, logo após aprovação do acordo de indenização pelo fim da produção, com valores que chegavam a R$ 300 mil.
Segundo o sindicato, a Ford mantém um grupo de 60 funcionários ainda trabalhando na unidade, mas no processo de descomissionamento, com desmontagem e desligamento de máquinas.
Em nota, a empresa confirmou os desligamentos e informou que a desativação deve ser concluída até o fim do 1° semestre.
Foram 52 anos de história da fábrica da Ford em Taubaté. Nos últimos anos, a montadora vinha passando por dificuldades diante do cenário econômico e adotou algumas medidas na fábrica em Taubaté, como paralisação da produção, redução de salários e jornadas e demissões. Diante da crise gerada pela pandemia do coronavírus, a montadora norte-americana optou pelo encerramento da produção no Brasil.
É o fim de uma planta inaugurada em 1974 – a história, no entanto, começou anos antes com a aquisição da Willys-Overland – e que produziu mais de oito milhões de motores e sete milhões de transmissões para o Brasil e para o exterior.
Saída
O anuncio que a Ford encerraria as atividades no Brasil aconteceu no dia 11 de janeiro. Fábricas da empresa em Taubaté, Camaçari (BA) e Horizonte (CE) serão fechadas. Apenas o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, o Campo de Provas e sua sede regional, ambos em São Paulo serão mantidos.
Em Taubaté, onde a montadora atua há 52 anos, serão 830 trabalhadores demitidos. O anúncio surpreendeu funcionários que aprovaram redução de salários e medidas em troca de estabilidade de emprego até o fim de 2021.
Os funcionários fizeram protestos contra a decisão da empresa, que aconteceu em meio a pandemia da Covid-19 e uma crise de desemprego. O Ministério Público abriu apurações para investigar as condições do fechamento depois de a empresa.
Acordo
Após o anúncio, o sindicato começou as negociações para a indenização dos funcionários. Durante o processo, a justiça garantiu que nenhum trabalhador fosse demitido ou deixasse de receber.
Depois de uma série de audiências e assembleias, os funcionários aprovaram o acordo de indenização da empresa no dia 6 de abril.
O acordo previa pagamento de indenização de dois salários por ano de trabalho, tendo como piso R$ 130 mil aos funcionários horistas, aposentados e em fase de aposentadoria. No caso de empregados com restrição médica a base de indenização é a mesma, mas inclui adicional de 2 salários de acordo com o tempo de empresa sendo até 10 anos e 11 meses indenização de R$ 300 mil; de 11 a 20 anos R$ 200 mil; acima de 21 anos R$ 150 mil.
Já para os empregados mensalistas, foi oferecida indenização de um salário por ano trabalhado, sendo indenização mínima de R$ 130 mil.
Fonte: G1